quinta-feira, 29 de julho de 2010

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Produzi um texto sobre Ecologia Integral  para o curso em Saúde e Segurança Alimentar, para as Agentes Comunitárias de Saúde. Até que não ficou de todo ruim...Tá aqui:

Ecologia Integral


“O bem-estar não pode ser só social, tem de ser também sociocósmico" Leonardo Boff.

Em 1866 um biólogo alemão criou a palavra “Ecologia” e definiu o seu significado como o estudo da interrelação entre todos os sistemas vivos e não vivos entre si e com o meio ambiente. É interessante saber que a origem da palavra nos remete aos antigos gregos, pois o prefixo Eco origina-se do grego Oikos. E Oikos significa Casa.

E o que quer dizer integral? Quer dizer inteiro, todo, com todos os componentes, uno. Por exemplo, um alimento integral significa que nele estão presentes todos os elementos que ele pode fornecer para a nossa alimentação, nosso organismo.

A Ecologia Integral parte de uma nova visão de nós mesmos e nossa relação com a Terra. Na perspectiva da Ecologia Integral, a Terra, os seres vivos e não vivos que aqui habitam são um único ser, uma única entidade. São milhares, milhões, bilhões de sistemas interagindo, fazendo trocas o tempo todo.

E qual é a nossa primeira casa? Pensando bem, é o nosso corpo, não é mesmo?

E já repararam que, apesar de na maioria das vezes não percebermos, estamos o tempo todo nos transformando, mudando? É a unha que cresce, o cabelo que cai, a respiração incessante; é também o pensamento que muda, as emoções, a mente; temos ao longo da nossa vida mudanças em nossas opiniões, nosso comportamento, e vai por aí afora.

E, se somos sistemas em constante interação uns com os outros, a conclusão é que tudo o que acontece conosco irá reverberar, ter conseqüências ao nosso redor. Isso significa que,

“O que ocorrer com a Terra, recairá sobre os filhos da Terra. Há uma ligação em tudo”

Os cosmólogos, que são os cientistas que estudam a origem, estrutura e mudanças no Universo, nos advertem que ele está sempre se constituindo e mudando.

E, como foi dito acima, nós também.

Portanto, nada nem ninguém está pronto! Por isso, temos que ter paciência com o processo global, uns com os outros e também conosco mesmo, pois estamos igualmente em processo de nascimento, construção, constituição, mudanças.

Esta paciência inclui rever atitudes imediatistas, pois estamos acostumados a querer tudo para já, agora, inclusive a satisfação imediata e sem concessão dos desejos e prazeres. Que uma vez satisfeitos, nos levam a querer sempre mais, num ciclo sem fim e aprisionador.

A paciência, portanto, é libertadora.

É uma qualidade indispensável, juntamente com outra dimensão libertadora e fundamental que nos aponta a Ecologia Integral: o cuidado.

Cuidado com nosso corpo, nossa alimentação, nossos pensamentos, atitudes. Um cuidado amoroso e acolhedor, tendo sempre em mente a teia interminável de relações interdependentes.

Um cuidado que pode se expressar, por exemplo, na busca de uma alimentação mais equilibrada e de um estilo de vida mais saudável. Isso não quer dizer que devemos consumir alimentos mais caros e sofisticados, pelo contrário; muitas vezes a riqueza está na simplicidade. Um pequeno canteiro de plantas medicinais que cultivamos com carinho, aproveitando um cantinho da casa, pode significar uma importante mudança de atitude, pode impulsionar outras mudanças em nosso ambiente e nossa vida. Quem sabe este canto estava cheio de lixo e entulho, que pode ser reaproveitado para fazer um adubo orgânico, ou até mesmo utilizar recipientes para o plantio de alimentos sem veneno?

Assim como em uma simples semente está contido todo o potencial de uma grande árvore, as pequenas atitudes também contêm o potencial para transformações, que nem sempre percebemos com clareza.

Este cuidado com a nossa primeira casa (lembrem-se do Oikos) pode ser o primeiro passo, ou um deles para desenvolvermos esta atitude amorosa em círculos cada vez mais amplos. Nossa família, nossa comunidade, a cidade...

É como o desenrolar de um fio, o fio da vida.

Começamos com um olhar sobre nós mesmos, uma reflexão sobre o que significa nossa presença no planeta e vamos ampliando o olhar, até que esta tomada de consciência seja cada vez mais global, interaja com outras e outros “tomadores de Consciência”. Afinal, somos seres de relações, homens e mulheres portadores e sujeitos de transformações: pessoais, comportamentais, coletivas, sociais, políticas, cósmicas (por que não?).

E as grandes mudanças, pacientemente, amorosamente, cuidadosamente , se farão acontecer.

E, como nos ensina Leonardo Boff,

“Importa fazermos as pazes e não apenas uma trégua com a Terra. Cumpre refazermos uma aliança de fraternidade e de respeito para com ela. E sentirmo-nos imbuídos do Espírito que tudo penetra e daquele Amor que, no dizer de Dante, move o céu, todas as estrelas e também nossos corações...e que as mudanças “tenham como consequência a preservação e a potenciação do patrimônio formado ao longo de 15 bilhões de anos e que chegou até nós e que devemos passá-lo adiante dentro de um espírito sinergético e afinado com a grande sinfonia universal.”

Marilda Quintino Magalhães – Julho/2010

segunda-feira, 19 de julho de 2010

procuro você quase não procurando - uma vela no quarto, alguns pixels na tela, oráculo de vagas pistas. não, procuro você infinitamente por milhões de anos, você está (quase) sempre em outros mundos, em outra rua, em outra onda, em outra pegada, em outro tesão, ah! em muitas outras poesias, em outra mulher, em outro desejo, sempre em outro dia, em outras músicas, em outra dimensão, em outro bar - não, você não vai a bares, você dorme cedo e acorda de madrugada e vai fazer saudação ao sol, em outro quintal, em outra geração, em outra procura, você está sempre em outra, em outra. você tão leve e eu trocando os passos, sempre achando que sei tudo. danço, para variar. você tão leve, eu tão Poema em Linha Reta, o espelho me devolve a ilusão, não preciso sequer juntar os cacos. você tão leve e eu só comendo besteiras que dariam indigestão a um rato, eu rato no horóscopo chinês, não tive coragem de perguntar o seu signo porque  quero me convencer de que acho isso de uma bobagem sem tamanho mas queria ter pistas, ainda que completamente ridículas, fáceis ou irritantes, de onde você está. fique tranquilo, elas até de certo modo estão aí, mas já não sei se de fato quero segui-las. eu amo os gatos. você, eu não sei, mas isso não importa, continuarei a amá-los mesmo que não o ame mais. ahahah, usei a palavra amor para dizer de você, quer dizer, encontrar você em meu improvável mundo. não é amor? não, não é, é antes uma ilusão bem urdida por mim mesma. Como eu disse, amo os gatos e isso deve bastar.

Não se apresse

"Não se apresse em acreditar em nada, mesmo se estiver escrito nas escrituras sagradas. Não se apresse em acreditar em nada só porque um professor famoso disse. Não acredite em nada apenas porque a maioria concordou que é a verdade. Não acredite em mim. Você deveria testar qualquer coisa que as pessoas dizem através de sua própria experiência antes de aceitar ou rejeitar algo."

(Siddartha Gautama, o Buddha, Kalama Sutra 17:49)




domingo, 18 de julho de 2010

Por que é que eu choro tanto, tanto? Certamente ela sabe. Ela também.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

ainda não será desta vez
que me farei doce e voraz
passou a festa, coração.
retorno à lentidão dos dias invisíveis.
papéis criam vida na mesa
batom fora de moda, a tampa eu perdi.
listas intermináveis
reunião terça à tarde.
nada mais dos santos que nos espiavam
de rabo de olho,
como se tudo o mais que existisse no mundo
fosse desnecessário.
passou a festa, coração.
...até mais,
que ainda tenho contas a pagar.

sábado, 3 de julho de 2010

Amores

Dedé e Acauã . 2 mininim bunitim na Praia da Estação.
Apesar de tudo, foram férias bem tranquilas, sem maiores sustos. Consegui retomar algumas coisas que gosto de fazer: o pão integral, um pouco de tricô, enfeitar a casa, organizar plantas. Coisas simples, pequenas. Mas que estavam me fazendo falta, e o pior, não tinha inspiração nem energia.
Mas não vou me enganar, tem uma parada dura me esperando no trabalho, contas a pagar, uma vida a tocar. Muitos sonhos ainda, dos quais não abro mão, não abrirei nunca.