segunda-feira, 19 de julho de 2010

procuro você quase não procurando - uma vela no quarto, alguns pixels na tela, oráculo de vagas pistas. não, procuro você infinitamente por milhões de anos, você está (quase) sempre em outros mundos, em outra rua, em outra onda, em outra pegada, em outro tesão, ah! em muitas outras poesias, em outra mulher, em outro desejo, sempre em outro dia, em outras músicas, em outra dimensão, em outro bar - não, você não vai a bares, você dorme cedo e acorda de madrugada e vai fazer saudação ao sol, em outro quintal, em outra geração, em outra procura, você está sempre em outra, em outra. você tão leve e eu trocando os passos, sempre achando que sei tudo. danço, para variar. você tão leve, eu tão Poema em Linha Reta, o espelho me devolve a ilusão, não preciso sequer juntar os cacos. você tão leve e eu só comendo besteiras que dariam indigestão a um rato, eu rato no horóscopo chinês, não tive coragem de perguntar o seu signo porque  quero me convencer de que acho isso de uma bobagem sem tamanho mas queria ter pistas, ainda que completamente ridículas, fáceis ou irritantes, de onde você está. fique tranquilo, elas até de certo modo estão aí, mas já não sei se de fato quero segui-las. eu amo os gatos. você, eu não sei, mas isso não importa, continuarei a amá-los mesmo que não o ame mais. ahahah, usei a palavra amor para dizer de você, quer dizer, encontrar você em meu improvável mundo. não é amor? não, não é, é antes uma ilusão bem urdida por mim mesma. Como eu disse, amo os gatos e isso deve bastar.

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